Escrito por Ricardo Mallet (não é do Luis Fernando Verissimo, como circula na internet). Os vícios vêm como passageiros, visitam-nos como hóspedes e ficam como amos. Confúcio Há momentos na vida de um ser humano em que ele se vê sem nada realmente interessante pra fazer. Assim, sem companhia, computador ou iPod e com celular fora de serviço, numa viagem de ônibus para Cruz Alta, fui obrigado a me divertir com os meus próprios pensamentos. Por alguma razão que ainda desconheço, minha mente foi tomada por uma ideia um tanto sinistra: vícios. Refleti sobre todos os vícios que corrompem a humanidade. Pensei, pensei e, de repente, um insight: tudo que vicia começa com a letra c! De drogas leves a pesadas, bebidas, comidas ou diversões, percebi que todo vício curiosamente iniciava com cê. Inicialmente, lembrei do cigarro que causa mais dependência que muita droga pesada. Cigarro vicia e começa com a letra c. Depois, lembrei das drogas pesadas: cocaína, crack e maconha. Vale lembrar que maconha é apenas o apelido da cannabis sativa que também começa com cê. Entre as bebidas super populares há a cachaça, a cerveja e o café. Os gaúchos até abrem mão do vício matinal do café mas não deixam de tomar seuchimarrão que também – adivinha – começa com a letra c. Refletindo sobre este padrão, cheguei à resposta da questão que por anos atormentou minha vida: por que a Coca-Cola vicia e a Pepsi não? Tendo fórmulas e sabores praticamente idênticos, deveria haver alguma explicação para este fenômeno. Naquele dia, meu insight finalmente revelara a resposta. É que a Coca tem dois cês no nome enquanto a Pepsi não tem nenhum. Impressionante, hein? E o chocolate? Este dispensa comentários. Vícios alimentares conhecemos aos montes, principalmente daqueles alimentos carregados com sal e açúcar. Sal écloreto de sódio. E o açúcar que vicia é aquele extraído da cana. Algumas músicas também causam dependência. Recentemente, testemunhei a popularização de uma droga musical chamada “créeeeeeu”. Ficou todo o mundo viciadinho, principalmente quando o ritmo atingia a velocidade…cinco. Nesta altura, você pode estar pensando: sexo vicia e não começa com a letrac. Pois você está redondamente enganado. Sexo não tem esta qualidade porque denota simplesmente a conformação orgânica que permite distinguir o homem da mulher. O que vicia é o “ato sexual”, e este é denominado coito. Pois é. Coincidências ou não, tudo que vicia começa com cê. Mas atenção: nem tudo que começa com cê vicia. Se fosse assim, estaríamos salvos pois a humanidade seria viciada em Cultura. * Ricardo Mallet é diretor da Unani.me. Graduado em Gestão Empresarial com extensão em Estilo de Gestão e Liderança pela FGV, consultor e palestrante com 20 anos de experiência no mercado de treinamentos. Certificação internacional em Coaching, Mentoring e Holomentoring® do Sistema ISOR®.
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Publiquei recentemente no meu blog um post intitulado “Speech esperrrto”. No post, conto a história de um voo que fiz pela Webjet no qual fui surpreendido (juntamente com os demais passageiros) pelo speech do comandante Alessandro Torrado. Aqui, publico uma entrevista exclusiva que o comandante gentilmente ofereceu para o nosso blog.
Ricardo Mallet: Seu speech “cara-a-cara” com os passageiros foi uma escolha sua ou um procedimento novo adotado pela companhia? Comandante Torrado: Foi uma iniciativa minha. Logo nos meus primeiros voos como comandante, precisei ir à cabine de passageiros para conversar com nossos “Convidados”, a fim de acalmá-los, por causa de um pequeno problema. Notei que, diferente de outras situações, em que usava somente o auto-falante, a abordagem surtiu efeito mais eficaz. Quero ressaltar que os lideres da Webjet incentivam esse desafio de sair da “mesmice”. Mantendo, é claro, o profissionalismo. Ricardo Mallet: Você utiliza esta ferramenta de comunicação normalmente em seus vôos? Qual a importância de utilizar este recurso em seu trabalho? Comandante Torrado: Depois do ocorrido acima, venho usando essa ferramenta em quase todos os meus voos. Só não o faço quando o voo está atrasado ou estou muito atarefado. Tenho feito esses speeches “cara a cara”, como você mesmo chamou, no final do embarque depois de todos os procedimentos técnicos. Tem sido uma forma educada e ao mesmo tempo calorosa de receber os passageiros. Toda a equipe entra nesse clima, tornando o voo mais tranquilo, num ambiente educado e comunicativo. Atingimos, dessa forma, o propósito ensinado pelos cursos de CRM (http://en.wikipedia.org/wiki/Crew_Resource_Management ) que todo tripulante tem em seu currículo, e que consiste no padrão de atendimento das companhias aéreas. Ricardo Mallet: Como vê a reação dos passageiros e quais os feedbacks que já recebeu? Comandante Torrado: Percebo que os passageiros ficam mais calmos e confiantes. Além disso, já recebi vários elogios verbais e alguns escritos. A grande maioria gosta de ver o Comandante. Eu penso assim: “Dentro de toda essa tecnologia (avião), tem um ser humano de carne e osso me representando. Todo profissional sabe que, nada melhor do que ter o próprio homem nas duas pontas da tecnologia.” Ricardo Mallet: obrigado, Torrado, pela valiosa contribuição. |
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