Por Ricardo Mallet * “Seu negócio pode ter todas as vantagens do mundo, fortes recursos financeiros e um ótimo posicionamento no mercado, mas se a Liderança falhar, todas essas as vantagens não servirão.” Manfred Kets de Vries Em pesquisa feita pela HSM e Empreenda Consultoria apresentada em abril de 2011 com o título “Sonhos e pesadelos dos líderes empresariais brasileiros”, 71% dos 687 executivos entrevistados afirmaram que suas empresas não possuem líderes na quantidade e qualidade suficientes para sustentar a estratégia de crescimento nos próximos 3 anos. Na edição anterior da mesma pesquisa, 63% dos entrevistados afirmaram a falta de líderes, o que representa um crescimento de 8% na percepção do problema em apenas um ano. Neste artigo, vamos discorrer sobre uma das mais importantes estratégias para suprir a carência de líderes nas empresas: a capacitação. Um curso de liderança, quando se compromete a oferecer ferramentas para auxiliar o RH da empresa a atuar de forma estratégica, pode oferecer contribuições significativas para o aumento do engajamento das pessoas, refletindo positivamente nos principais indicadores do negócio. Primeiramente, vamos identificar a causa raiz do problema. Depois, os responsáveis pela mudança. Finalmente, conheceremos quais resultados uma competente capacitação de líderes pode oferecer para a sua empresa. Onde foram parar os líderes? Hoje, tem se falado do “apagão da liderança”, expressão sugestiva que nos faz refletir sobre a falta de brilho de líderes e também de liderados no mundo corporativo. O dia a dia de trabalho, na maior parte das empresas, tem esta magia: apagar o talento de quem quer que seja. Vejamos como isso ocorre. Primeiramente, as pessoas passam horas preciosas dos seus dias submetidas a situações desagradáveis, muitas vezes causadas pelos próprios líderes que são inaptos no relacionamento interpessoal e que, consequentemente, não sabem manejar diferentes perfis, treinar eficazmente e monitorar o desempenho. Pouco a pouco, aquela motivação para fazer um bom trabalho, para colocar o seu talento a serviço da missão da empresa, vai sendo consumida até virar pó. Depois, são esses mesmos “colaboradores” que serão promovidos ao cargo de gerente, supervisor, chefe etc. E o que farão? Vão, simplesmente, repetir o modelo de gestão que aprenderam. Chamo isso de “perpetuação da dor”. Do pó viemos e ao pó voltaremos... E agora? Quem poderá nos defender? Será preciso romper esse padrão cíclico. Apesar de algumas pessoas muito leais e dedicadas - mas que ocupam níveis hierárquicos mais baixos - poderem ser os agentes da mudança, quem tem maior poder (e, portanto, responsabilidade) para provocar uma intervenção é a alta direção juntamente com o apoio de um RH estratégico. A alta direção deve ter um interesse genuíno e um esforço disciplinado para desenvolver suas lideranças a partir do exemplo. Por isso, um curso de liderança, quando aplicado na empresa, deverá contar não apenas com o patrocínio financeiro da alta direção, mas também com envolvimento direto para uma mudança de cultura na gestão das pessoas. Infelizmente, é aí que está a raiz do problema. “Liderança é um artigo de luxo no planeta há milênios”. Essa é a afirmação de Léo Castelhano Bruno, professor e pesquisador da Fundação Dom Cabral e membro do Comitê Organizador do Global Leadership Forum da ONU/UNESCO. O Prof. Léo Bruno comprova, em suas pesquisas apresentadas para a UNESCO, que apenas uma minoria dos CEOs das maiores corporações do planeta dispõe de um equilíbrio de valores pessoais, conceito esse que se refere a uma mentalidade equilibrada para decisões na liderança que privilegiem tanto resultados quanto pessoas, tanto controle quanto inovação. Como conclusões, seu estudo mostrou uma relação alta e positiva entre o equilíbrio de valores pessoais e a eficácia de liderança, bem como entre o equilíbrio de valores pessoais e o desempenho organizacional. Resumindo: a origem e a solução do problema está na mentalidade da cúpula. Os líderes precisam assumir uma atitude mais proativa “dando um espaço” para rever certas crenças, valores, atitudes e comportamentos tidos outrora como funcionais. Novos cenários estão exigindo líderes cada vez mais equilibrados em seu modo de atuação para engajar os colaboradores em uma estratégia competitiva e inovadora em longo prazo. Resultados esperados da capacitação dos líderes. Voltando à pesquisa de 2010 apresentada pela HSM e Empreenda, os entrevistados apontaram como principais desafios dos líderes para o futuro: 1º lugar: reter e motivar talentos (51% dos votos) 2 º lugar: executar a estratégia (42% dos votos) 3º lugar: colocar as pessoas certas no lugar certo (40% dos votos) Essas habilidades não são nenhuma novidade. Tampouco tornar-se-ão obsoletas. Elas derivam de algumas “competências universais” do exercício da liderança pois independem de lugar ou época. São necessárias em qualquer organização, seja de caçadores da idade da pedra ou de trabalhadores do conhecimento do século XXI. A boa notícia é que são competências alcançáveis por qualquer pessoa que esteja disposta a conhecer seu modelo mental a partir de ferramentas de autoconhecimento e a autodesenvolver-se colocando em prática métodos e técnicas científicos de liderança. No nosso ponto de vista, essas são algumas dentre as principais competências-chave que deverão constar numa metodologia de sucesso em um curso de liderança. Nossa experiência em treinamentos tem demonstrado que o aprendizado dos líderes nessas competências oferece um rápido aumento no engajamento das equipes e, consequentemente, na produtividade e na lucratividade da empresa. Como afirma o professor do INSEAD, Manfred Kets de Vries: “Seu negócio pode ter todas as vantagens do mundo, fortes recursos financeiros e um ótimo posicionamento no mercado, mas se a Liderança falhar, todas essas vantagens não servirão.” Se quiser saber mais sobre como capacitar os líderes da sua empresa, convido você a conhecer o nosso Curso de Liderança in Company neste link. * Ricardo Mallet é diretor da Unani.me. Graduado em Gestão Empresarial com extensão em Estilo de Gestão e Liderança pela FGV, consultor e palestrante com 20 anos de experiência no mercado de treinamentos. Certificação internacional em Coaching, Mentoring e Holomentoring® do Sistema ISOR®.
0 Comments
Por Ricardo Mallet * Se você chegou a este artigo, é possível que esteja passando por um momento crítico no qual deverá tomar a decisão sobre a contratação deste ou daquele curso de liderança. Se você é o dono do negócio, estará preocupado com a eficiência do treinamento e o quanto ele poderá efetivamente ajudar a sua organização a gerar melhores resultados com o engajamento das pessoas. Se você é responsável pela área de treinamento, sua preocupação é em fazer uma boa escolha a ponto de atender às expectativas da alta direção e, ao mesmo tempo, conseguir mobilizar a equipe de gestores para sua participação no curso. Este artigo foi escrito para auxiliar você a tomar essa decisão com maior segurança e assim aumentar suas chances de êxito. Segundo o coach, consultor e metodologista educacional Celso de Souza e Souza, qualquer treinamento que venhamos a contratar deverá passar por sete filtros de qualidade, critérios indispensáveis que aumentam significativamente as chances de sucesso na contratação. São eles:
Vamos, agora, conhecer cada um desses filtros através de sete perguntas. 1. Os métodos ensinados trarão resultados? Esse primeiro filtro é, sem dúvidas, determinante para a contratação. E não estamos aqui falando de quaisquer resultados. Quando uma empresa percebe a necessidade de treinar seus líderes, há uma grande probabilidade de já estar verificando certos efeitos indesejáveis relacionados com a baixa competência no exercício da liderança. O curso a ser contratado deverá demonstrar, em sua proposta, quais ferramentas, métodos e técnicas serão ensinados com o objetivo de atenuar ou eliminar tais efeitos contraproducentes. 2. O instrutor tem comprovada competência e experiência sobre o método que está ensinando? No mercado há grande oferta de cursos de liderança ministrados por instrutores muito carismáticos e com vasta formação acadêmica em diversas áreas relacionadas à gestão empresarial. Entretanto, sua capacidade de contribuição poderá ficar muito limitada se esses não sentiram na pele o real desafio de liderar uma equipe. A experiência prática do instrutor facilita a comunicação com os participantes e ainda enriquece o aprendizado com exemplos pessoais. 3. O instrutor segue uma metodologia de ensino que garante uma aprendizagem de conhecimentos e habilidades (SABER FAZER) e, principalmente, a sensibilização sobre as atitudes (QUERER SER)? A famosa tríade da competência - conhecimentos, habilidades e atitudes (o CHA) - deve ser plenamente contemplada em um curso de liderança. Um curso prioritariamente teórico trará muitos conhecimentos sobre liderança. Um curso prático, habilidades comportamentais. Porém, se o curso não trouxer uma sensibilização para a mudança de atitudes, não conseguirá gerar impacto sustentável nas preferências e no desempenho dos participantes. 4. O curso possui processos de avaliação da aprendizagem? Quando você investe uma parte do seu orçamento mensal na educação dos seus filhos quer ter a certeza de que eles estão se esforçando suficientemente para obter o aprendizado. O mesmo deveria ocorrer quando investimos uma verba para treinar os gestores. Ao concluir o treinamento, quais os instrumentos poderão ser utilizados para avaliar a aprendizagem individual? 5. A carga horária é suficiente para o participante SABER FAZER o método? Você acreditaria se eu dissesse que ofereço um curso intensivo de 8 horas capaz de ensinar seu filho a falar japonês fluentemente? Liderança é um assunto muito complexo e de importância vital para o sucesso da implementação das estratégias empresariais. Não podemos ser levianos a ponto de contratar um treinamento, por mais reconhecido que seja, que não ofereça uma carga horária congruente com essa complexidade. Ela deverá ser suficiente para que o participante tenha total autonomia no desempenho da metodologia proposta. 6. O curso possui indicadores para comprovação de resultados? Alguns cursos de liderança tem um marketing realmente fantástico no mercado. São aclamados, ganham espaços na mídia especializada e, certamente, cobram preços proporcionais a sua fama. As pessoas que participam saem falando muito bem de tudo: das práticas, da teoria, do instrutor, das instalações e até do coffee break. Então, passados alguns dias, vem aquela pergunta: como saber se o que aprendemos está dando resultados? É nesse ponto, meu amigo, que a grande maioria das propostas falham. O curso promete verdadeiros milagres para a empresa por meio de transformações profundas no comportamento dos líderes capacitados, entretanto, não oferece instrumentos com indicadores para mensurar os resultados. Assim, como já poderíamos prever, todo o esforço de aprendizagem dos líderes rapidamente vai perdendo impulso até que... tudo volta ao “normal”. Um bom curso de liderança deverá apresentar indicadores capazes de comprovar os resultados da aprendizagem. O que queremos medir? O engajamento das equipes? A produtividade? A melhoria do clima organizacional? Como dizia Peter Drucker: o que não pode ser medido, não pode ser melhorado. 7. A relação investimento x benefício é vantajosa? Após passar a proposta do curso pelos seis filtros anteriores (e somente então) é chegado o momento de verificar se a relação investimento x benefício é vantajosa. A não ser que você seja do tipo de pessoa que não se importa em jogar dinheiro fora - e tenho absoluta certeza de que não é o seu caso - deverá certificar-se se o tipo de aprendizagem irá gerar um impacto na organização capaz de justificar o investimento feito. Esse representa, muitas vezes, um trabalho minucioso, porém importante. Muitos projetos excelentes de treinamento são barrados justamente por não conseguirem uma comprovação clara sobre o retorno do investimento. Entretanto, se o curso oferece indicadores e, ainda, cases de sucesso já comprovados, ficará muito mais fácil transpor esse obstáculo. Antes de contratar um curso de liderança, faça essas perguntas. Aplique os sete filtros e certamente você estará promovendo uma maior satisfação para os líderes treinados e melhores resultados para a sua organização. Sucesso! * Ricardo Mallet é diretor da Unani.me. Graduado em Gestão Empresarial com extensão em Estilo de Gestão e Liderança pela FGV, consultor e palestrante com 20 anos de experiência no mercado de treinamentos. Certificação internacional em Coaching, Mentoring e Holomentoring® do Sistema ISOR®. Ocorreu no dia 17 de novembro de 2011, nas instalações da Moinhos Investimentos, o Workshop "Liderança Diferenciada - como engajar pessoas" com Ricardo Mallet. O evento, organizado pela Duomo21 sob a responsabilidade de Rubem Milão, contou com a presença de empresários, consultores de empresas e RHs. Destaque à participação de Leandro Milani, Gerente de Filial na Randstad / RH Internacional. Foi apresentada a metodologia LD para os participantes e um exercício de mapeamento de perfil segundo o modelo de Roberto Lira Miranda que é parte integrante do Curso de Liderança Diferenciada.
Por Ricardo Mallet * Segundo pesquisa publicada na revista Você RH em setembro de 2010, 97% das empresas estão enfrentando - ou percebem que em breve enfrentarão - problemas para atrair e reter talentos. Os dados são alarmantes e revelam uma percepção inequívoca de que está cada vez mais difícil conquistar o comprometimento das pessoas nas organizações. Mas qual seria a causa raiz? Deve haver alguma. Atualmente, o bode expiatório vem marcado com o nome “geração Y”. Agora é moda maquiar a incompetência relacional dos gestores atribuindo a causa da alta rotatividade ao comportamento volúvel dos jovens nascidos na década de 80 e início dos anos 90. Não estamos aqui afirmando que é fácil lidar com essa geração inquieta, irreverente e imediatista. Sabemos que não é. Entretanto, será impossível para os líderes mantê-los na empresa e desenvolver seu potencial se não tiverem a coragem de encarar a raiz do problema que, neste caso, significa olhar-se no espelho. A proposta deste artigo é, portanto, abordar a função gerencial na geração Y. Essa geração definitivamente não lida bem com a figura típica do chefe autoritário. São jovens que aprenderam a ter voz ativa em casa e na escola. Ambiciosos, buscam prazer e realização em tudo o que fazem. Como liderá-los? As características do líder da geração Y Um gestor de empresas ocupa essa posição carregando a enorme responsabilidade de gerar resultados dos processos através do comprometimento das pessoas. Ele não foi colocado no cargo para fazer as vontades dos colaboradores, sejam esses da geração X, Y ou Z. Entretanto, sem o engajamento das pessoas, não há melhoria e inovação dos processos, o que prejudica a capacidade da organização em manter-se competitiva no mundo globalizado. A competência para lidar com estas duas variáveis, processos e pessoas, mostra-se altamente complexa para a maioria dos gestores pois está relacionada com o desafio de desenvolver quatro intelectos, segundo a teoria das dominâncias cerebrais de Ned Herrmann. Roberto Lira Miranda, em seu livro Além da Inteligência Emocional, ao explorar o modelo proposto por Ned Herrmann, afirma que o líder eficaz deverá desenvolver habilidades que extrapolam o paradigma da mentalidade do gerente tradicional, excessivamente voltado a processos e resultados. É necessário equilibrar a dominância do “intelecto racional” que, em sua forma analítica de avaliar a relação custo x benefício, muitas vezes prevalece em detrimento da valorização das pessoas que é característica do “intelecto social”. Também é preciso equilibrar a dominância do “intelecto organizacional” que, na valorização do controle, é naturalmente avesso à irreverência e à inovação, características do “intelecto conceitual”. Sendo os quatro intelectos complementares e não excludentes, seu desenvolvimento equilibrado capacita o gestor a lidar com pessoas (de qualquer geração) e com a inovação sem prejudicar sua habilidade em lidar com decisões que envolvam o pensamento analítico e estruturado. Em se tratando de estilos de liderança, o que não muda nas competências do líder da geração Y é a necessidade de aplicar uma liderança situacional, conforme reza a já aclamada teoria de Paul Hersey e Kenneth Blanchard. Os jovens dessa geração, apesar de preferirem uma liderança mais democrática, também precisarão receber do líder um comportamento educador (diretivo ou persuasivo) quando não demonstrarem a competência necessária para participar da tomada de decisão. Entretanto, o gestor precisará aplicar redobrada atenção para não “passar do ponto” pois poderá facilmente parecer, na percepção dos liderados, um estilo autocrático, comportamento esse abominado pelos jovens dessa geração. As empresas precisam de líderes. Numa pesquisa feita pela HSM e Empreenda Consultoria foi perguntado a 687 executivos brasileiros se em suas empresas haviam líderes na quantidade e qualidade necessárias para implementar as estratégias. Dos executivos entrevistados, 71% declararam uma carência de liderança em suas organizações. Não basta mais ser chefe, tem que ser líder. Chefes conseguem que suas ordens sejam cumpridas através do poder conferido pelo cargo, mas somente os líderes conquistam o engajamento das pessoas. E engajamento é um enorme diferencial! O Instituto Gallup tem comprovado repetidas vezes por meio de pesquisas de dimensões globais que o engajamento dos colaboradores impacta positivamente os principais indicadores do negócio. Quando comparadas empresas com alto grau de engajamento com as menos engajadas, os indicadores mostram uma redução de 49% em rotatividade, um aumento de 18% em produtividade e 16% em lucratividade a favor das empresas com alto grau de engajamento. Por isso, reforço: as empresas PRECISAM de líderes. Não apenas as empresas, mas também os funcionários precisam de líderes. Os talentos da geração Y estão invadindo o mercado de trabalho e cabe aos líderes a responsabilidade de orientá-los para que possam desempenhar o seu melhor potencial. Infelizmente, parece que essa realidade ainda está bem distante. As pesquisas do Gallup já citadas revelaram que apenas 20% dos colaboradores afirmam ter oportunidades para fazer no dia a dia o que fazem de melhor. Este é um cenário altamente nocivo para jovens da geração Y pois esse perfil busca por significado e contribuição. E caso não tenham espaço para realizar-se, vão buscar por uma compensação em salários mais altos, provavelmente oferecidos pela concorrência. Conclusão A retenção de talentos é uma responsabilidade dos líderes empresariais. Não podemos continuar a responsabilizar as novas gerações e suas características pelo despreparo dos gestores em liderar. Novas habilidades podem ser aprendidas pelos líderes que estejam abertos a uma mudança em seu modelo mental. Ainda há muitas oportunidades para o aproveitamento do potencial das pessoas no trabalho. O investimento em qualificação das lideranças, quando pode comprovar uma influência positiva no engajamento dos colaboradores, traz resultados significativos para o negócio. * Ricardo Mallet é diretor da Unani.me. Graduado em Gestão Empresarial com extensão em Estilo de Gestão e Liderança pela FGV, consultor e palestrante com 20 anos de experiência no mercado de treinamentos. Certificação internacional em Coaching, Mentoring e Holomentoring® do Sistema ISOR®. |
Categorias
Tudo
Arquivos
Outubro 2024
|